sábado, 6 de agosto de 2016

Em jeito de balanço



Introdução 

Scratch é uma linguagem de programação, destinada ao ensino, concebida no Massachusetts Institute of Technology (MIT), disponibilizada em maio de 2007, com o propósito de desenvolver a criatividade nas crianças e jovens, possibilitando que se tornem criadores e não meros consumidores quando utilizam as tecnologias digitais. Mais do que ensinar a programar pretende-se que, ao utilizarem esta linguagem de programação os alunos adquiram competências noutras áreas do saber, uma vez que terão que mobilizar conhecimentos de várias áreas disciplinares para programar. 

Em novembro de 2015, propusemo-nos dinamizar um projeto cuja a principal finalidade consistia em utilizar esta linguagem de programação, nas bibliotecas das escolas secundária e básica n.º 2 da Mealhada, para promover também nos alunos das nossas escolas as competências associadas à utilização desta linguagem de programação.


Resultados

Os resultados mais positivos alcançados, associados a esta ferramenta, envolveram um aluno do 2.º ciclo com necessidades educativas especiais – Miguel do 5.º ano de escolaridade – que, à quinta-feira, durante 1 bloco de 90 minutos, explorou esta ferramenta. Os projetos criados por este aluno evidenciaram que o Scratch lhe permitiu desenvolver inúmeras competências, específicas e transversais, nomeadamente matemáticas, tecnológicas, linguísticas (língua materna e também inglês), assim como de outras áreas disciplinares. Notou-se também que o Miguel, a pouco e pouco, melhorou os seus níveis de concentração, autoconfiança, autonomia e autoestima tão importantes para alunos com as suas características especificas.

Constatamos também que o projeto não decorreu da mesma forma nas bibliotecas das duas escolas. Na escola Básica n.º 2, foi mais fácil conquistar a atenção dos alunos mais novos – segundo ciclo –, tendo estes criado alguns projetos em scratch. Por vezes, alguns alunos do 8.º ano apareciam, para esclarecer as dúvidas que lhes surgiam nos projetos da disciplina de TIC. Alguns destes momentos foram fotografados e divulgados no blogue que se criou para este projeto – scratchmealhada.blogspot.pt.
Na biblioteca da escola secundária da Mealhada sentimos que houve maior resistência dos alunos, dado que não se mostraram tão interessados em querer aprender a programar com scratch. Pontualmente, também alguns alunos do 8.º ano solicitaram a nossa ajuda para esclarecer dúvidas sobre programação scratch que lhes surgiam durante a concretização de projetos propostos em TIC.

Conclusão

Embora o projeto não tenha tido tanto sucesso como desejaríamos, consideramos que os resultados obtidos junto dos alunos do segundo ciclo, em geral, e do aluno Miguel, em particular, são francamente animadores e demonstrativos do potencial desta linguagem de programação, especialmente quando são alunos com necessidades educativas especiais. Somos da opinião que o projeto deveria continuar, no próximo ano letivo, assumindo o formato de clube que poderia evoluir para um clube de programação e robótica.